Creed: Guitarrista Mark Tremonti diz que Queria mais Metal na Banda

Ele ainda comenta que seus colegas limitavam suas influências mais pesadas.

Mark Tremonti. — Imagem: Scott Diussa / Reprodução / Divulgação.
Mark Tremonti. — Imagem: Scott Diussa / Reprodução / Divulgação.

Mark Tremonti, guitarrista do Creed, revelou em uma entrevista à Guitar Player que nem tudo na banda era como ele desejava. 🎸

Enquanto o som do grupo explodia nas rádios com um estilo pós-grunge, o coração de Tremonti batia mais forte pelo metal. Só que havia um pequeno obstáculo: os outros membros da banda.

Segundo Tremonti, ele adorava bandas como Alice in Chains e Soundgarden. Isso influenciou bastante a forma como ele via a música que queria fazer. “Eu criava metal, mas eles sempre falavam que era ‘metal demais’”, confessou.

O Creed, para ele, era uma espécie de compromisso entre seus desejos mais pesados e o que os outros integrantes queriam.

A mistura de estilos no Creed

O guitarrista descreve o Creed como uma banda que reunia diferentes influências. Tremonti era claramente o mais ligado ao metal.

Por outro lado, Scott Stapp, o vocalista, vinha de uma formação completamente diferente. Ele cresceu ouvindo Elvis Presley e The Doors, o que moldou muito da sua contribuição para a banda.

Já o baixista, Brian Marshall, era fã de Rush, trazendo uma pegada mais progressiva para o grupo.

Scott Phillips, o baterista, era louco por Living Colour. Ou seja, o Creed parecia uma banda formada por quatro músicos vindos de mundos bem distintos.

Dá pra imaginar como essas influências conflitantes resultaram num som único, né? Tremonti trazia seus riffs pesados, mas precisava suavizar bastante para agradar o gosto musical dos outros membros.

Eu era o metaleiro da banda”, ele comentou, mas isso não significava que ele tinha carta branca para fazer o que quisesse.

A luta por um som mais pesado

Como principal compositor, Tremonti constantemente tentava injetar um pouco mais de metal nas músicas da banda. No entanto, ele enfrentava resistência.

“Sempre que eu trazia algo mais pesado, eles me seguravam”, afirmou.

O guitarrista queria levar o som do Creed para um lugar mais agressivo, mas acabava precisando ajustar suas composições para se encaixar na visão da banda como um todo.

Isso ajuda a entender por que o som do Creed acabou ficando no meio-termo entre o grunge e o rock alternativo, com algumas pitadas de metal, mas nunca mergulhando completamente nesse estilo.

Alter Bridge: a liberdade que faltava

O fim do Creed, em 2004, foi uma espécie de libertação para Tremonti. Finalmente, ele pôde formar o Alter Bridge, banda onde poderia abraçar de vez suas influências mais pesadas.

Basta ouvir qualquer álbum do Alter Bridge para perceber a diferença no som. O que Tremonti não conseguiu fazer no Creed, ele fez questão de aplicar na nova banda.

Com o Alter Bridge, Tremonti teve a liberdade que tanto desejava. Não havia mais a pressão de suavizar seus riffs ou torná-los mais acessíveis para o gosto de seus colegas.

O resultado foi uma música mais densa, mais pesada e mais próxima das suas verdadeiras influências. 🎶

A química no Creed

A dinâmica do Creed era complexa. De um lado, Tremonti lutava por um som mais pesado. Do outro, Scott Stapp e os demais queriam algo mais melódico, mais acessível.

Essa tensão criativa foi, talvez, o que deu ao Creed seu som característico. Ao misturar metal, grunge, rock clássico e progressivo, a banda criou uma fórmula que funcionava para milhões de fãs ao redor do mundo.

Mesmo que isso tenha significado sacrificar um pouco da visão musical de Tremonti, o Creed alcançou um sucesso que poucas bandas podem dizer que experimentaram.


O metal que Tremonti tanto queria pode não ter sido o carro-chefe do Creed, mas isso não diminui a importância da banda para o rock dos anos 90.

E agora com o Alter Bridge, Tremonti finalmente encontrou o equilíbrio que buscava.