Jim Root revela frustração com "The End, So Far" do Slipknot; Entenda

Guitarrista afirma que último álbum da banda não possui a mágica característica.

Jim Root, guitarrista do Slipknot. — Imagem: Jeff Marques / Reprodução / Divulgação.
Jim Root, guitarrista do Slipknot. — Imagem: Jeff Marques / Reprodução / Divulgação.

Os fãs de Slipknot são conhecidos por serem exigentes. E quando se trata de um novo álbum, a expectativa está sempre nas alturas. Mas nem sempre tudo sai como planejado – especialmente para uma banda que carrega tanta intensidade e originalidade em cada trabalho.

O lançamento de “The End, So Far” (2022) foi um divisor de opiniões. Mesmo com o sucesso comercial, muitos fãs ficaram decepcionados. A crítica principal? A falta daquela “mágica” que tornou o Slipknot uma das bandas mais icônicas do metal.

E não foram apenas os fãs que sentiram isso. Jim Root, guitarrista da banda, não escondeu seu descontentamento com o resultado. Aliás, ele já vinha sinalizando que algo estava fora do lugar.

A sinceridade de Jim Root

Em uma entrevista recente à Alternative Press, Jim foi direto ao ponto. Sem rodeios, o guitarrista expressou seus sentimentos ambíguos em relação ao álbum:

“Há momentos em que eu ouço e penso: ‘Sim, isso soa como uma música do Slipknot’. Mas, se for honesto, não sei se o último álbum teve a mágica que sempre procuramos.”

A palavra “mágica” pode parecer subjetiva, mas quem conhece o Slipknot sabe do que ele está falando. Aquela energia crua, visceral, que conecta a banda com os fãs… talvez não tenha aparecido com tanta força dessa vez.

O processo por trás do álbum

Antes mesmo do lançamento de “The End, So Far”, Root já havia mostrado preocupação. Em entrevista ao Music Radar, ele admitiu que o processo de criação foi complicado, para dizer o mínimo. E a razão principal? A pandemia.

Joe Baresi, o produtor do álbum, foi elogiado por Jim. Mas segundo ele, a banda não estava preparada o suficiente para aproveitar todo o potencial de Baresi:

“Ele é um produtor incrível. Mas, devido às circunstâncias, não fizemos pré-produção. Acabamos construindo o álbum no estúdio.”

🤯 Pois é. Nada de ensaios intermináveis, nada de discussões acaloradas sobre arranjos. Simplesmente gravando no calor do momento, tentando dar forma às ideias em meio ao caos.

E o próprio Jim confessou que se sentiu deixado de lado no processo criativo:

“Eu não tive muita contribuição criativa. Me senti meio apressado tentando criar ideias para arranjos aqui e ali. Não entramos no estúdio conhecendo as músicas de cima a baixo, e isso afetou o resultado final.”

Pressão, pandemia e prazos

Além das dificuldades criativas, havia outro fator pressionando a banda: o tempo. A gravadora tinha um cronograma. O estúdio tinha suas próprias limitações. E claro né, a pandemia estava no meio de tudo isso.

Jim resumiu bem o que a banda enfrentou:

“Há o relógio sempre rodando acima da sua cabeça. O orçamento da gravadora, o estúdio que estava agendado… Muitos fatores jogaram contra a gente nesse álbum.”

🎯 Com todos esses obstáculos, fica evidente que a criação de “The End, So Far” foi mais uma batalha do que um processo artístico fluido. O álbum saiu, sim, mas a que custo?

A busca pela “mágica” perdida

Apesar de todas as críticas – tanto de fãs quanto de membros da própria banda – “The End, So Far” ainda conseguiu marcar presença nas paradas internacionais.

O álbum chegou ao Top 10 em 22 países e foi número 1 no Reino Unido, Suíça, Alemanha, Austrália, Grécia e Croácia. Nos Estados Unidos, o disco ficou em segundo lugar, quebrando uma sequência de álbuns que chegaram ao topo.

Porém nem tudo foi motivo de celebração. Para Jim Root, a banda poderia ter feito melhor. Ele acredita que, se tivessem tido mais tempo para a pré-produção, o álbum teria sido diferente:

“Levou tanto tempo para lançarmos que poderíamos ter aproveitado para fazer uma pré-produção mais robusta. Poderíamos ter lançado um disco melhor.”

A frustração é evidente. Mesmo com o álbum sendo um sucesso comercial, há uma sensação de que a mágica – aquela energia indescritível que só o Slipknot sabe criar – ficou em algum lugar do caminho.

Mudanças internas na banda

Além dos desafios externos, o Slipknot também enfrentou mudanças significativas em sua formação. “The End, So Far” foi o primeiro álbum a contar com o percussionista Michael Pfaff, que substituiu o saudoso Chris Fehn.

E como se não bastasse, o disco marcou as despedidas de dois membros queridos pelos fãs: o tecladista Craig Jones e o baterista Jay Weinberg (agora a banda conta com o baterista Eloy Casagrande).

Mudanças assim podem mexer com a dinâmica interna da banda, afetando diretamente o som e o processo criativo, e muito.

A crítica dos fãs

Não é surpresa que os fãs tenham sido tão críticos. Desde o início o Slipknot construiu uma legião de seguidores apaixonados, que esperam sempre algo inovador, pesado e, claro, cheio de energia.

“The End, So Far”, com sua sonoridade mais experimental, deixou muitos se perguntando: será que a banda ainda tem aquela faísca de antes?

Jim Root, sendo o perfeccionista que é, parece concordar em parte com os fãs. E isso pode ser uma boa notícia. Porque se há algo que impulsiona o Slipknot a seguir em frente, é essa busca incansável pela excelência.


Com todos esses fatores somados – pandemia, mudanças de formação, pressões externas – fica claro que “The End, So Far” foi um álbum feito em condições menos do que ideais.

Mesmo assim, o Slipknot entregou o que pôde, e talvez o mais importante seja o que vem a seguir.

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