Mike Shinoda: "Gravadora sugeriu que Chester cantasse sozinho"
Tentativa de mudar o Linkin Park quase tirou o rap da banda.
Em uma entrevista com Zane Lowe para o Apple Music, Mike Shinoda revelou detalhes chocantes sobre a interferência da gravadora nos primeiros anos do Linkin Park. Durante as gravações do Hybrid Theory, o álbum de estreia que impulsionou a banda ao sucesso, a gravadora sugeriu remover os elementos de rap da banda, essencialmente transformando o Linkin Park em um projeto solo de Chester Bennington.
Segundo Shinoda, a gravadora afirmou que o talento vocal de Chester era tão impressionante que o rap dele poderia ser dispensado. Esse comentário, que buscava mudar a identidade da banda, foi considerado ofensivo por Shinoda e os outros membros do grupo. O vocalista explicou: “Tentaram mexer no nosso processo criativo, sugerindo que o Chester cantasse todas as músicas e eu não fizesse mais rap. Para nós, isso era inaceitável”.
MAIS NOTÍCIAS — LINKIN PARK:
O momento mais crítico veio quando a gravadora abordou Chester diretamente, sugerindo que ele liderasse a banda sozinho, sem Shinoda. Chester, no entanto, não aceitou a proposta de maneira passiva. De acordo com Mike, Chester se reuniu com a banda e disse: “Vocês precisam saber o que me disseram hoje”. Chester contou tudo o que foi dito, e a reação do grupo foi de surpresa e indignação. Para Shinoda, esse momento poderia ter marcado o fim da formação original da banda.
Só que Chester defendeu seus companheiros, chegando a dizer à gravadora para “se f****”. Esse episódio fortaleceu os laços entre os membros da banda com Chester, mostrando que o compromisso dele era com o coletivo. “Ele nos apoiou, e nós o apoiamos. Foi um momento de união”, disse Shinoda.
Esse embate com a gravadora, olha, pode ser considerado mais do que uma simples tensão criativa — foi uma tentativa descarada de moldar o Linkin Park para algo mais “seguro”, previsível e, francamente, até descartável. Enquanto a banda trabalhava no Hybrid Theory, os executivos queriam eliminar justamente o que tornava o som deles único: as rimas de Mike Shinoda com o vocal lendário do Chester.
Era como pedir para tirar o molho de uma pizza e chamar isso de inovação. O que parecia uma ideia absurda, no fim, virou uma parte da história da música. O álbum que os executivos temiam se tornou uma das maiores surpresas da época, com mais de 27 milhões de cópias vendidas. Quem diria, hein?
O mais interessante aqui é como essa situação escancara o constante atrito entre arte e negócios ($$$$). A gravadora estava preocupada com o que vende, o que é “entendível”. Já Chester, sem papas na língua, tratou logo de mandar os engravatados pra aquele lugar, recusando qualquer tentativa de transformar o Linkin Park em um produto enlatado. O resultado? A química entre Shinoda e Bennington não só permaneceu intacta, mas foi essa conexão que cimentou o lugar da banda no panteão do rock moderno.
Já escutou o último som que o Linkin Park lançou com o Chester? 👇
Jaime Bennington questiona escolha da nova vocalista e acusa banda de apagar o legado de seu pai.