Roger Glover do Deep Purple Odeia a Fama? Entenda
Baixista do Deep Purple fala sobre os desafios da fama e o equilíbrio com a vida familiar.
O Deep Purple é uma dessas bandas que dispensam apresentações. Se você gosta de rock, já ouviu Smoke on the Water pelo menos uma dúzia de vezes – até sem querer. Mas, se tem uma coisa que o baixista Roger Glover não curte, é o que vem junto com o sucesso: a fama.
Pois é, você leu certo. Um dos nomes por trás de um dos maiores riffs da história do rock não quer saber dos holofotes.
Em uma recente entrevista ao site espanhol Made in Metal, Glover deixou claro que prefere uma vida mais discreta. E, convenhamos, é um ponto de vista no mínimo curioso vindo de um rockstar, não?
O Legado de um Gigante… Que Odeia o Brilho
Primeiro, vamos deixar uma coisa clara: Roger Glover não está diminuindo a importância do Deep Purple ou o impacto cultural da banda. Ele sabe que eles têm um legado, e isso não é pouca coisa. Mas, para ele, há algo mais importante.
Segundo Glover, o equilíbrio entre a vida na estrada e a vida familiar é essencial. Aos 78 anos, o baixista não quer mais saber de turnês intermináveis, mesmo sabendo que isso faz parte do “pacote rockstar”.
Aliás, ele reconhece que, enquanto ele está em cima do palco, sua família está em casa, lidando com a vida sem ele. Nada fácil.
“O auê de estar numa banda grande e sair em turnê precisa ser balanceado, por assim dizer, pela vida familiar. E minha família passa perrengue o suficiente porque preciso sair por períodos longos, e eles precisam existir sem mim, algo que não é fácil.”
Se isso parece honesto demais para você, é porque Glover não é do tipo que adoça as coisas.
Ele admite que a vida de turnê é exaustiva e desgastante. Agora, aos 78, o baixista já conquistou tudo o que queria no rock. E hoje, sua prioridade é outra: a família.
“Eu Não Gosto de Fama” – Ponto Final
Para quem acha que fama e rock são quase sinônimos, essa afirmação pode soar estranha. Afinal, estamos falando de um membro de uma das bandas mais icônicas do rock. Mas, para Roger Glover, ser reconhecido nas ruas nunca foi uma parte atraente da vida de músico. Muito pelo contrário. Ele detesta.
“Eu tenho uma mulher e dois filhos – filhos jovens agora. É necessário para mim não ser conhecido como alguém famoso. Eu não gosto de fama.”
Na era das redes sociais, onde parecer famoso é quase um objetivo de vida para muitos, Glover oferece uma perspectiva refreshing.
E faz você pensar, né? Ele poderia estar postando selfies em camarins e mostrando sua vida de rockstar nas redes, mas escolhe o caminho oposto: a privacidade.
“Como Ficar Famoso?” — A Pergunta Errada
Durante a entrevista, Glover também compartilhou uma anedota interessante. De vez em quando, jovens músicos se aproximam dele com uma pergunta que ele considera… bem errada.
O pessoal quer saber como se faz para ser famoso. Roger Glover, por sua vez, acha que essa é a questão menos importante que alguém poderia fazer.
“Jovens músicos falam pra mim: ‘Ei, como que faz pra ficar famoso?’ Essa é a pergunta errada. O que você precisa se perguntar é como se faz pra ser feliz.”
E essa resposta vem de alguém que, além de ser um baixista lendário, tem uma visão pé-no-chão da vida. Fama, segundo ele, pode se tornar uma espécie de âncora. Uma vez que você se deixa levar por ela, perde o controle da sua própria vida.
“Pessoas que querem ser famosas, sei lá o porquê… isso é uma âncora. Tira a sua vida das suas mãos.”
E num é verdade? Quando você se deixa definir pela fama, sua vida passa a girar em torno de ser visto, notado, aplaudido.
Tudo o que você faz é em função dos outros. Glover prefere manter sua vida o mais privada possível — e isso, para ele, é o verdadeiro segredo de uma vida feliz.
Fama: O Preço Alto que Poucos Sabem Pagar
Quando a maioria de nós pensa em fama, imagina flashes de câmeras, tapetes vermelhos e festas exclusivas.
Mas como Glover deixa claro, essa visão é muito limitada. Fama também significa perder a capacidade de sair de casa sem ser reconhecido, perder a privacidade, viver sob constante observação e, às vezes, críticas. É um peso.
Imagine não poder simplesmente ir ao supermercado sem que alguém peça uma selfie ou comente algo sobre seu último álbum. Para algumas pessoas, pode ser o ápice do sucesso. Para outras, como Glover, isso é um preço alto demais a se pagar.
O Deep Purple Ainda Está na Estrada
Mas calma lá. Não vá pensando que Roger Glover desistiu da música ou de tocar ao vivo. O Deep Purple ainda está na ativa, e em setembro de 2024, a banda estará no Brasil! Eles vão se apresentar no Rock in Rio (ingressos no Ticketmaster) no dia 15, e também farão um show solo em São Paulo, no dia 13, no Espaço Unimed (ingressos pelo Ticket360).
Esses shows fazem parte da turnê de divulgação do álbum =1, lançado em julho. Além disso, em 2022, a banda comemorou 50 anos de seu maior clássico, o icônico álbum Machine Head. Aí, se você é fã de rock e quer ver Deep Purple ao vivo, essa é a chance.
Mas fica ligado. O Deep Purple que você verá no palco, apesar de ainda ser uma banda lendária, é um grupo que já passou por várias transformações. Glover, assim como os outros membros, está em um momento diferente da vida.
Talvez não vejam mais a fama como algo positivo.
Roger Glover pode não gostar da fama, mas, honestamente, quem precisa dela quando se tem um legado tão sólido, né não?
O que podemos esperar de uma possível colaboração entre essas lendas do metal?