Sepultura Libera Álbum Completo Com Eloy Casagrande; Ouça

O Sepultura, um dos maiores nomes do metal brasileiro, liberou recentemente no YouTube o álbum completo “The Mediator Between Head and Hands Must Be the Heart”, originalmente lançado em 2013. Este disco, que marcou a estreia de Eloy Casagrande na bateria, é considerado por muitos como um dos trabalhos mais pesados e brutais da banda desde Chaos A.D.. A presença de Casagrande trouxe uma nova dinâmica ao som do grupo, como destacou o vocalista Derrick Green:

Trabalhar com Eloy no processo de composição foi incrível, ele trouxe uma energia completamente nova para a banda.

O álbum foi produzido por Ross Robinson, que já havia trabalhado com a banda em Roots (1996), e gravado no estúdio de Ross em Venice, Califórnia. Ele se destaca por não ser um álbum conceitual, apesar de ter sido inspirado pelo filme Metropolis (1927).

Andreas Kisser explicou que o título do álbum veio de uma frase do filme: “O mediador entre a cabeça e as mãos deve ser o coração”, que para ele traduz o contraste entre a tecnologia desenfreada e a humanidade. O guitarrista disse que a ideia do álbum é refletir sobre como estamos nos tornando mais robóticos na sociedade moderna, algo que o filme já previa de maneira quase profética.

Musicalmente, o disco mistura influências de death metal, com a inclusão de sons tribais e uma pegada mais experimental em algumas faixas. Entre os destaques estão “The Vatican”, uma faixa que aborda de forma crítica a história da corrupção e violência no Vaticano, e “Grief”, uma homenagem às vítimas do trágico incêndio na boate Kiss em 2013.

O álbum também traz a participação especial de Dave Lombardo (ex-Slayer) na faixa “Obsessed”, o que adiciona ainda mais peso ao repertório já bem agressivo.

O disco não contém somente letras carregadas de críticas sociais, como em “Manipulation of Tragedy”, que discute a manipulação coletiva pelo medo, o álbum também se sobressai pela complexidade técnica e pelas mudanças de ritmo intensas proporcionadas por Eloy.

Segundo vários críticos, The Mediator é uma fusão de tudo o que o Sepultura construiu ao longo de décadas, com elementos que lembram tanto o som mais tribal de Roots quanto a ferocidade de Arise.

O disco foi bem recebido tanto por fãs quanto pela crítica, sendo elogiado por sua brutalidade e coesão. Críticos como Matt Hinch, da About.com, classificaram o álbum como “o melhor trabalho do Sepultura neste milênio”.