Vocalista da banda Kittie Revela Segredos de Turnês Selvagens com Slipknot: "Lutas de tasers"
Morgan Lander relembra as loucuras das turnês com Slipknot e os desafios da banda no cenário do nu-metal.
Histórias de turnês sempre trazem os bastidores à tona de maneiras surpreendentes. Uma das mais peculiares envolve o Slipknot, com seu comportamento nada convencional. Segundo Morgan Lander, vocalista da banda Kittie, em entrevista recente à Louder Sound, os caras do Slipknot gostavam de se entreter com lutas de tasers nos bastidores, algo que era encarado com normalidade, considerando o nível de insanidade presente nas turnês da época.
Essas “batalhas elétricas” eram apenas uma pequena amostra do tipo de coisa que acontecia nos corredores e quartos de hotéis durante as turnês no final dos anos 90 e começo dos anos 2000. Kittie e Slipknot dividiram muitos momentos na estrada, com as canadenses se juntando à banda de Iowa em uma de suas primeiras turnês como headliners.
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Lander relembra como, em janeiro de 2000, ela e sua banda deixaram a escola para embarcar nessa aventura – e nunca mais voltaram. Na época, Kittie estava em evidência com o lançamento de seu álbum de estreia, Spit, e dividindo palco com gigantes como o Slipknot e o Pantera era parte de um sonho que nem elas imaginavam viver tão cedo.
Entre shows muito loucos e esse tipo de “brincadeira” bizarra nos bastidores, o cenário nu metal criou uma atmosfera de camaradagem e muito caos. Kittie, como a única banda composta por mulheres na maior parte desses festivais, enfrentava a pressão adicional de ser levada a sério em uma indústria predominantemente masculina. Lander não esconde o impacto que isso teve em sua carreira. Ela revelou que a banda lidava com muitas críticas, desde questionamentos sobre sua capacidade musical até comentários públicos absurdos, como ser comparadas a uma “versão Slayer de Britney Spears”. Mesmo assim, só de estar nesses festivais e turnês deixava claro que elas queriam fazer parte da família do metal, mesmo que fossem “as irmãs mais novas”.
Esses tempos, porém, também trouxeram problemas. Lander conta que, após alguns anos de sucesso, a realidade de turnês esvaziadas e contratos minguantes começou a pesar. O desgaste da estrada e o constante sentimento de que as coisas estavam desmoronando levou Kittie a dar uma pausa em 2011. Morgan admite que, naquele momento, sentiam que tinham “esgotado o tempo de validade”. Mas a amizade entre as integrantes nunca foi abalada, e a decisão de parar foi mais uma consequência natural das circunstâncias do que um colapso interno da banda.
O retorno da banda ao cenário, impulsionado pela onda nostálgica do nu metal, trouxe à tona velhos e novos fãs. Em 2024, a banda lançou seu primeiro material original em 13 anos, o single Eyes Wide Open (ouça abaixo). Morgan descreve a nova faixa como um “exercício de confiança e traição”, uma amostra da intensidade emocional que define a trajetória do grupo como um todo.
Com novos projetos em andamento e o retorno aos palcos, Kittie parece estar pronta para iniciar uma nova fase. Elas lançaram recentemente o álbum “Fire”, que você pode curtir por completo no player abaixo.
Edição de 30 anos inclui itens de colecionador e arte exclusiva de Justin Chancellor.